quinta-feira, 31 de março de 2011

O conceito de alfabetismo funcional





Por Lilian Milena

Trechos extraídos do trabalho Alfabetismo funcional: Referências conceituais e metodológicas para a pesquisa:

Origem dos conceitos analfabetismo e alfabetismo funcional:

O termo alfabetismo funcional foi cunhado nos Estados Unidos na década de 30 e utilizado pelo exército norte-americano durante a Segunda Guerra, indicando a capacidade de entender instruções escritas necessárias para a realização de tarefas militares (Castells, Luke & MacLennan, 1986). A partir de então, o termo passou a ser utilizado para designar a capacidade de utilizar a leitura e escrita para fins pragmáticos, em contextos cotidianos, domésticos ou de trabalho, muitas vezes colocado em contraposição a uma concepção mais tradicional e acadêmica, fortemente referida a práticas de leitura com fins estéticos e à erudição. Em alguns casos, o termo analfabetismo funcional foi utilizado também para designar um meio termo entre o analfabetismo absoluto e o domínio pleno e versátil da leitura e da escrita, ou um nível de habilidades restrito às tarefas mais rudimentares referentes à "sobrevivência" nas sociedades industriais.

A definição de alfabetização que a Unesco propusera em 1958 fazia referência à capacidade de ler compreensivamente ou escrever um enunciado curto e simples relacionado à sua vida diária. Vinte anos depois, a mesma Unesco proporia outra definição, qualificando a alfabetização de funcional quando suficiente para que os indivíduos possam inserir-se adequadamente em seu meio, sendo capazes de desempenhar tarefas em que a leitura, a escrita e o cálculo são demandados para seu próprio desenvolvimento e para o desenvolvimento de sua comunidade.

O apelo do termo analfabetismo funcional nos fóruns internacionais pode ser atribuído a essa polissemia de sua definição (...) Para uns, a funcionalidade da alfabetização dizia respeito, principalmente, à formação de mão-de-obra apta a adaptar-se às exigências da modernização econômica, para outros, a funcionalidade deveria ser interpretada como adequação das iniciativas de alfabetização aos interesses da população pobre, oprimida ou marginalizada, devendo, nesse sentido, visar à transformação das estruturas políticas e econômicas e não à adaptação dos
indivíduos a elas.

segunda-feira, 28 de março de 2011

DESPEDIDA do TREMA,retirado do blog: http://profguri.blogspot.com/



Despedida do TREMA:
Estou indo embora. Não há mais lugar para mim. Eu sou o trema.Você pode nunca ter reparado em mim, mas eu estava sempre ali, na Anhangüera, nos aqüiféros, nas lingüiças e seus trocadilhos por mais de quatrocentos e cinqüenta anos.
Mas os tempos mudaram. Inventaram uma tal de reforma ortográfica e eu simplesmente tô fora. Fui expulso pra sempre do dicionário. Seus ingratos! Isso é uma delinqüência de lingüistas grandiloqüentes!
O resto dos pontos e o alfabeto não me deram o menor apoio... A letra U se disse aliviada porque vou finalmente sair de cima dela. Os dois pontos disse que eu sou um preguiçoso que trabalha deitado enquanto ele fica em pé.
Até o cedilha foi a favor da minha expulsão, aquele C cagão que fica se passando por S e nunca tem coragem de iniciar uma palavra. E também tem aquele obeso do O e o anoréxico do I. Desesperado, tentei chamar o ponto final pra trabalharmos juntos, fazendo um bico de reticências, mas ele negou, sempre encerrando logo todas as discussões. Será que se deixar um topete moicano posso me passar por aspas?A verdade é que estou fora de moda. Quem está na moda são os estrangeiros, é o K, o W "Kkk" pra cá, "www" pra lá.
Até o jogo da velha, que ninguém nunca ligou, virou celebridade nesse tal de Twitter, que aliás, deveria se chamar TÜITER. Chega de argüição, mas estejam certos, seus moderninhos: haverá conseqüências! Chega de piadinhas dizendo que estou "tremendo" de medo. Tudo bem, vou-me embora da língua portuguesa. Foi bom enquanto durou. Vou para o alemão, lá eles adoram os tremas. E um dia vocês sentirão saudades. E não vão agüentar.
Nos vemos nos livros antigos. Saio da língua para entrar na história.
Adeus,
Trema.

sábado, 26 de março de 2011

O silêncio internacional diante das Ditaduras




Por que o insuportável silêncio internacional diante das legítimas rebeliões de populações que exigem liberdade, dignidade econômica e pessoal e democracia? Por que se tem tolerado durante décadas os abusos aos direitos humanos das ditaduras aliadas do Ocidente que têm gerado a atual revolução que percorre o mundo árabe, desde Marrocos até a Arábia Saudita? O que explicava as visitas de Estado a regimes ditatoriais e cleptocracias, os abraços e beijos com os autocratas árabes, as bênçãos a sistemas de governo em desacordo com a legalidade? O artigo é de Mônica G. Prieto.

Mónica G. Prieto - Periodismo Humano

“É a economia, estúpido!”. A famosa frase de James Carville, assessor de Bill Clinton durante a campanha eleitoral que o levou à Casa Branca em 1992, serve para responder as perguntas que muitos fazem. Por que o insuportável silêncio internacional diante das legítimas rebeliões de populações que exigem liberdade, dignidade econômica e pessoal e democracia? Por que se tem tolerado durante décadas os abusos aos direitos humanos das ditaduras aliadas do Ocidente que têm gerado a atual revolução que percorre o mundo árabe, desde Marrocos até a Arábia Saudita? O que explicava as visitas de Estado a regimes ditatoriais e cleptocracias, os abraços e beijos com os autocratas árabes, as bênçãos a sistemas de governo em desacordo com a legalidade? A resposta são bilhões de dólares e uma estabilidade regional que tem beneficiado a Europa e os Estados Unidos e seu principal aliado regional, Israel, em troca da insegurança das populações árabes.

O mérito dos manifestantes árabes que estão colocando em sérios apertos, quando não derrubando, seus regimes é enorme. Não só enfrentam um aparato de segurança repressor - o que os condena, em caso de fracasso, a serem perseguidos e provavelmente massacrados - mas também ao mundo inteiro desde o momento em que os ditadores contra quem se levantam estão ligados com o resto dos países mediante vínculos difíceis de se quebrar: contratos comerciais que não entendem de ideologia nem de moral.

Essa é a razão pela qual os documentos das ONG denunciando torturas, repressão, ausência de liberdades e eleições arranjadas nunca produziram a mais mínima sombra sobre os regimes amigos: Arábia Saudita, Argélia, Bahrein, Egito, Emirados Árabes, o atual Iraque, Jordânia, Kuwait, Líbia, Mauritânia, Omã, Qatar, Tunísia, Iêmen, Sudão, Marrocos… De fato, consultando os informes redigidos pelos escritórios comerciais espanhóis nos citados países ninguém desconfiaria da legitimidade dos regimes e, sobretudo, ninguém duvidaria dos proveitosos negócios que trazem aos Estados Unidos ou à Europa. À custa, isso sim, dos excessos que se cometem contra suas populações. Este é um resumo do que queriam ver nossos governos no Oriente Médio e no norte da África e do que viam seus cidadãos, pelo qual estão se levantando em massa contra seus ditadores.

Arábia Saudita: Com uma economia dependente da exportação de petróleo, a Arábia Saudita depende das exportações exteriores dada sua escassa produtividade em qualquer outro setor. Uma circunstância bem aproveitada por seus sócios internacionais. Entre seus principais provedores figuram Estados Unidos (com negócios avaliados em mais de 13,6 bilhões de dólares em 2009), ou China (10,8 bilhões no mesmo ano) e de forma mais modesta França (3,8 bilhões), Itália (3,5 bilhões) e Grã Bretanha (3,4 bilhões). Espanha figura entre os 10 principais países clientes com negócios no valor de quase 3,4 bilhões de dólares em 2009.

Assim mesmo, em novembro passado negociava a venda de 200 carros de combate que deveria lhe render 3 bilhões de euros, o maior contrato da indústria armamentista espanhola. Para que serviriam esses carros? As últimas atuações conhecidas do Exército da Arábia Saudita, um regime wahabi (a versão mais radical do Islamismo sunita, que implica a segregação absoluta de sexos e relega as mulheres a uma condição de segunda classe) cuja fonte de jurisprudência é a Sharia (código de leis do islamismo), tem tido como cenário Bahrein e Iêmen No primeiro, ativistas do reino denunciaram a entrada de militares sauditas para apoiar a monarquia na repressão das manifestações; no segundo aconteceu há alguns meses, quando o Exército saudita atacou posições dos huthis, rebeldes xiitas armados situados na fronteira entre Iêmen e Arábia Saudita, em um ataque sectário.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Desafios da Língua TV Senado


O Brasil implanta até 2012 a totalidade das regras da nova Reforma Ortográfica da Língua Portuguesa, firmado pelos oito estados membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Este Repórter Senado analisa a polêmica em torno das mudanças promovidas pelo acordo e as questões políticas na decisão.





segunda-feira, 21 de março de 2011

Quixotes hoje: utopia e política


José Saramago, que morreu em 18 de junho, expõe neste especial suas opiniões sobre assuntos que abordou ao longo da vida: literatura e política. O programa registra palestra proferida pelo escritor português - "Quixotes hoje: utopia e política" - no Fórum Social Mundial realizado em Porto Alegre, em 2005.

José Saramago from COMUNIQUEIRO on Vimeo.