sexta-feira, 24 de junho de 2011

Entrevista com Marina Colasanti


"A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.

Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se

da faca e da baioneta, para poupar o peito.

A gente se acostuma para poupar a vida que aos poucos se gasta e, que gasta,

de tanto acostumar, se perde de si mesma. "

Marina Colasanti (Sant'Anna) nasceu em 26 de setembro de 1937 , em Asmara (Eritréia), Etiópia. Viveu sua infância na Africa (Eritréia, Líbia). Depois seguiu para a Itália, onde morou 11 anos. Chegou ao Brasil em 1948, e sua família se radicou no Rio de Janeiro,onde reside desde então. Possui nacionalidade brasileira e naturalidade italiana.

Entre 1952 e 1956 estudou pintura com Catarina Baratelle; em 1958 já participava de vários salões de artes plásticas, como o III Salão de Arte Moderna. Nos anos seguintes, atuou como colaboradora de periódicos, apresentadora de televisão e roteirista.

Ingressou no Jornal do Brasil em 1962, como redatora do Caderno B. Desenvolveu as atividades de: cronista, colunista, ilustradora, sub-editora, Secretária de Texto. Foi também editora do Caderno Infantil do mesmo jornal. Participou do Suplemento do Livro com numerosas resenhas.

No mesmo período edita o Segundo Tempo, do Jornal dos Sports. Deixou o JB em 1973.

Assinou seções nas revistas: Senhor, Fatos & Fotos, Ele e Ela, Fairplay, Claudia e Jóia.

Em 1976 ingressou na Editora Abril, na revista Nova da qual já era colaboradora, com a função de Editora de Comportamento.

De fevereiro a julho de 1986 escreveu crônicas para a revista Manchete.

Deixa a Editora Abril em 1992, como Editora Especial, após uma breve permanência na revista Claudia, tendo ganho três Prêmios Abril de Jornalismo.

De maio de 1991 a abril de 1993 assinou crônicas semanais no Jornal do Brasil.

De 1975 até 1982 foi redatora na agência publicitária Estrutural, tendo ganho mais de 20 prêmios nesta área.

Atuou na televisão como entrevistadora de Sexo Indiscreto - TV Rio

Entrevistadora de Olho por Olho - TV Tupi.

Na televisão foi editora e apresentadora do noticiário Primeira Mão -TV Rio, 1974; apresentadora e redatora do programa cultural Os Mágicos -TVE, 1976; âncora do programa cinematográfico Sábado Forte -TVE, de 1985 a 1988; e âncora do programa patrocinado pelo Instituto Italiano de Cultura, Imagens da Itália- TVE, de 1992 a 1993.

Em 1968, foi lançado seu primeiro livro, Eu Sozinha; desde então, publicou mais de 30 obras, entre literatura infantil e adulta. Seu primeiro livro de poesia, Cada Bicho seu Capricho, saiu em 1992. Em 1994 ganhou o Prêmio Jabuti de Poesia, por Rota de Colisão (1993), e o Prêmio Jabuti Infantil ou Juvenil, por Ana Z Aonde Vai Você?. Suas crônicas estão reunidas em vários livros, dentre os quais Eu Sei, mas não Devia (1992) que recebeu outro prêmio Jabuti, além de Rota de Colisão igualmente premiado.

Publicou vários livros de contos, crônicas, poemas e histórias infantis. Dentre outros escreveu E por falar em amor; Contos de amor rasgados; Aqui entre nós, Intimidade pública, Eu sozinha, Zooilógico, A morada do ser, A nova mulher (que vendeu mais de 100.000 exemplares), Mulher daqui pra frente, O leopardo é um animal delicado, Gargantas abertas e os escritos para crianças Uma idéia toda azul e Doze reis e a moça do labirinto de vento. Colabora, também, em revistas femininas e constantemente é convidada para cursos e palestras em todo o Brasil. É casada com o escritor e poeta Affonso Romano de Sant'Anna com quem teve duas filhas: Fabiana e Alessandra.

Em suas obras, a autora reflete, a partir de fatos cotidianos, sobre a situação feminina, o amor, a arte, os problemas sociais brasileiros, sempre com aguçada sensibilidade.


quarta-feira, 22 de junho de 2011

MOACYR SCLIAR,ESCRITOR,NO SEMPRE UM PAPO

"Não preciso de silêncio, não preciso de solidão, não preciso de condições especiais. Preciso só de um teclado."

Biografia

Sétimo ocupante da Cadeira nº 31, eleito em 31 de julho de 2003, na sucessão de Geraldo França de Lima e recebido em 22 de outubro de 2003 pelo Acadêmico Carlos Nejar. Faleceu em 27 de fevereiro de 2011, em Porto Alegre, aos 73 anos.

Moacyr Jaime Scliar nasceu a 23 de março de 1937, no hospital da Beneficência Portuguesa, em Porto Alegre (RS). Seus pais, José e Sara Scliar, oriundos da Bessarábia (Rússia), chegaram ao Brasil em 1904. Filho mais velho do casal, que teve ainda Wremyr e Marili, desde pequeno demonstrou inclinações literárias. O próprio nome Moacyr já é resultado dessa afinidade. Foi escolhido por sua mãe Sara após a leitura de Iracema, de José de Alencar, significando “filho da dor”. Ele próprio dizia: “os nomes são recados dos pais para os filhos e são como ordens a serem cumpridas para o resto da vida”.

Em 1943, começou os estudos na Escola de Educação e Cultura, também conhecida como Colégio Iídiche, onde sua mãe chegou a lecionar. Em 1948, transferiu-se para o Colégio Rosário, um ginásio católico.

Em 1955, foi aprovado no vestibular de Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde se formou em 1962. Especialista em Saúde Pública e Doutor em Ciências pela Escola Nacional de Saúde Pública, exerceu a profissão junto ao Serviço de Assistência Médica Domiciliar e de Urgência (SAMDU).

Casou-se, em 1965, com Judith Vivien Olivien, com quem tem um filho, Roberto.

Foi professor visitante na Brown University (Department of Portuguese and Brazilian Studies) e na Universidade do Texas (Austin), nos Estados Unidos. Freqüentemente é convidado para conferências e encontros de literatura no país e no exterior.

Seu primeiro livro, publicado em 1962, foi Histórias de Médico em Formação, contos baseados em sua experiência como estudante. Em 1968 publica O Carnaval dos Animais, contos, que Scliar considera de fato sua primeira obra.

Autor de 74 livros em vários gêneros: romance, conto, ensaio, crônica, ficção infanto-juvenil, escreveu, também, para a imprensa. Obras suas foram publicadas em muitos países: Estados Unidos, França, Alemanha, Espanha, Portugal, Inglaterra, Itália, Rússia, Tchecoslováquia, Suécia, Noruega, Polônia, Bulgária, Japão, Argentina, Colômbia, Venezuela, Uruguai, Canadá e outros países, com grande repercussão crítica.

Teve textos adaptados para o cinema, teatro, tevê e rádio, inclusive no exterior.

Foi, durante 15 anos, colunista do jornal Zero Hora, onde discorria sobre medicina, literatura e fatos do cotidiano. Foi colaborador da Folha de S. Paulo desde a década de 70 e assinou uma coluna no caderno Cotidiano.

Duas influências são importantes na obra de Scliar. Uma é a sua condição de filho de imigrantes, que aparece em obras como A Guerra no Bom Fim, O Exército de um Homem Só, O Centauro no Jardim, A Estranha Nação de Rafael Mendes, A Majestade do Xingu. A outra influência é a sua formação de médico de saúde pública, que lhe oportunizou uma vivência com a doença, o sofrimento e a morte, bem como um conhecimento da realidade brasileira. O que é perceptível em obras ficcionais, como A Majestade do Xingu e não-ficcionais, como A Paixão Transformada: História da Medicina na Literatura.

“Cada leitor da obra do Scliar tem seu gênero preferido. Mas todos reconhecem nele, acima de tudo, seja na ficção, no ensaio ou na crônica, um estilo altamente humanista, que o torna dono de valores universais”, segundo o escritor gaúcho Luiz Antônio Assis Brasil, para quem a ABL, ao aceitá-lo como imortal, fez justiça não só ao Rio Grande do Sul, mas também ao grande escritor que ele foi, capaz de introduzir na literatura brasileira a contribuição que outros escritores de origem judaica deram à literatura mundial. Sua ficção insere a temática do imigrante judeu e urbano no imaginário da literatura sul-rio-grandense.

Moacyr Scliar é considerado um dos escritores mais representativos da literatura brasileira contemporânea. Os temas dominantes de sua obra são a realidade social da classe média urbana no Brasil, a medicina e o judaísmo. Suas descrições da classe média eram, frequentemente, inventadas a partir de um ângulo supra-real.

Principais Prêmios
Prêmio da Academia Mineira de Letras (1968), Prêmio Joaquim Manuel de Macedo (Governo do Estado do Rio, 1974), Prêmio Cidade de Porto Alegre (1976), Prêmio Érico Veríssimo de romance (1976); Prêmio Brasília (1977), Prêmio Guimarães Rosa (Governo do Estado de Minas Gerais, 1977); Prêmio Associação Paulista de Críticos de Arte (1980); Prêmio Jabuti (1988, 1993, 2000 e 2009); Prêmio Casa de Las Américas (Cuba, 1989) pelo livro A Orelha de Van Gogh; Prêmio PEN Clube do Brasil (1990), Prêmio Açorianos (Prefeitura de Porto Alegre, 1997 e 2002). Seu romance A Majestade do Xingu, que narra a história de Noel Nuttles, também judeu e médico sanitarista, além de renomado indigenista, recebeu o Prêmio José Lins do Rego, da Academia Brasileira de Letras (1998); Prêmio Mário Quintana (1999); Prêmio Jabuti (2009) por "Manual da paixão Solitária".

*MOACYR SCLIAR FALECEU AOS 73 ANOS EM 27 DE FEVEREIRO DE 2011.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Vascão Campeão da copa do Brasil 2011!!!!!!

Crônica publicada originalmente no site:

http://www.supervasco.com


VASCO! VASCO! VASCO!(Crônica para um time campeão)


Tremei, terra! Tremei, solo! Varrei os mares, tufão de paixão!

Extasiados pela conquista, rejubilados pela euforia... VASCO! VASCO! VASCO!

Eleva-te, pensamento distante, sonho concebido... deixai arder dentro do peito, escondido por esta cruz-de-malta que venceu o mal e o preconceito doentio, a chama desse amor incandescente que explode na alma da gente e nos leva, alucinados, a gritar... VASCO! VASCO! VASCO!

Vinde vós, Campeão Gigante, Porta-Voz desta nação amante

Tremulai vossa bandeira, balançai a terra inteira... VASCO! VASCO! VASCO!

Almirante vencedor, impoluto e incomparável, navegando novamente pelos mares da vitória, conquistando continentes, desbravando tempestades... “taça à vista”! Eis a conquista! VASCO! VASCO! VASCO!

Derrubai fronteiras, destroçai cadeias e correntes, despedaçai jugos... rompei pórticos e anunciai aos quatro ventos, para que se espalhem aos confins do universo, que TU ÉS O VASCO, o Campeão das Américas, o Campeão do Brasil, o vultoso Campeão!

VASCO! VASCO! VASCO!

Se um dia para Deus é como mil anos, que são para ti, Grandioso, meros oito anos sem esse grito arrojado, sem esse peito estufado, sem essa taça erguida no suor e no brado dos teus 11 guerreiros do campo?

És grande, meu Vasco... és Gigante, Vasco meu! Maior que tuas taças e títulos tu és!

És Gigante da Colina... da história... da paixão! Tens um nome e um sobrenome, tens ascendência e descendência, tens a sina da vitória... VASCO! VASCO! VASCO!

Vem agora, Vasco da Gama! Vem agora e arrebata... vem agora e abraça teu povo... tua multidão de negros, brancos, pobres, mulatos, ricos, portugueses, brasileiros, homens, mulheres, crianças, favelados, bem nascidos... pois vem! Encanta e se encanta com a tua imensa torcida bem feliz!

Rompe os portões, abre as saídas da Colina Histórica, sai pras ruas e vem ver os olhos vertendo lágrimas de paixão, vem ver as camisas cobrindo os corações amantes com teu manto!

Vem pra rua ver teus filhos abraçados, emocionados, chorando e sorrindo, loucos alucinados no asfalto, bêbados e equilibristas, como Carlitos em preto-e-branco com lágrimas de pierrô apaixonado chorando de alegria no carnaval de um time campeão!

Vem, meu Vasco... nosso Vasco de conquistas eternas e históricas! Vem e sacia nossa sede de justiça pelos gols perdidos, pelas ironias, pelas bazófias, pelas dissidências sórdidas, pelo oportunismo fajuto, pela ambição que almeja sujar teu nome... vem, Nosso Vasco!, e engrandece teu nome no Panteão dos Vencedores!

Arrasta teu manto sagrado pelas ruas da cidade, Glorioso Gigante da Colina! Acompanha teu povo emocionado, que aos gritos de “é campeão” reconhecem tua história, teus feitos, tua fortuna!

Cala de vez os detratores, os debochados, os caluniadores, os roedores da tua história... faz brilhar tua cruz cristã contra os demônios de dentro e de fora que se levantam contra ti, legítimo time da fé em Deus, da salvação dos homens, da igualdade e da libertação!

Vem, ò Vasco, e descansa no peito dos que te amam, repousa como Campeão do Brasil nas mentes e na emoção dos teus filhos marcados por essa cruz! Espelha-te nos rostos que, cobertos de lágrimas, levantam tua bandeira... defendem tuas cores... gritam apaixonados porque tu, Vasco da Gama, és novamente o Grande Campeão!

E que essa força, essa garra, essa luz que há em ti nos ilumine e nos conduza aos mesmos caminhos de glória pelos campos da vida, inspirados pela mesma fé no Salvador que também inspira a insígnia viva em teu peito... em nosso peito...tu e cada um de nós: uma só fé, um só ímpeto de amor e de vitória!

Tremei, terra! Tremei, solo! Varrei os mares, tufão de paixão!

Eis que ele, o VASCO DA GAMA, Gigante da Colina, Campeão do Centenário, Tricampeão das Américas, Pentacampeão do Brasil... ergue a taça... vence a Copa... enxuga de nossos rostos as lágrimas que ele mesmo fez brotar!

Lavamos nossa alma, nosso coração e nossas vidas na paixão dessas lágrimas, na força dessa conquista...

Tremei, terra! Tremei, solo! Varrei os mares, tufão de paixão!

TREMEI, SOLO DAS AMÉRICAS!

VASCO! VASCO! VASCO!

O campeão voltou...

Hélio Ricardo Rainho


quinta-feira, 9 de junho de 2011

José Eduardo Agualusa,Escritor Angolano, no Sempre um Papo

José Eduardo Agualusa nasceu em Huambo,em Angola,em 13 de dezembro de 1960.Estudou agronomia e silvicultura em Lisboa.
Vive entre Lisboa e Luanda.Iniciou a sua carreira literária em 1988,com a publicação do Romance histórico A Conjura:
"Publicado originalmente em Portugal, o livro A Conjura ganha agora sua primeira edição brasileira. Em seis capítulos, a obra narra as histórias dos habitantes da velha cidade de São Paulo da Assunção de Luanda, entre os anos de 1880 e 1911. Em um contexto marcado por turbulentas transformações, essa colônia portuguesa era o destino de degredados, ladrões e assassinos da pior espécie. Nessa época, quando nas ruas de Luanda se cruzavam as tipoias dos nobres senhores africanos com as caravanas de escravos angolanos, e os condenados vindos do Reino de Portugal se entranhavam pelos matos em busca de fortuna, estórias se passaram que a História não guardou. Estórias de amores e prodígios que ainda sobrevivem em antigas canções. Estórias de personagens como o barbeiro Jerónimo Caninguili e a jovem Alice, cujas desventuras acompanhamos até o fatídico 16 de junho de 1911, dia da frustrada tentativa de tornar Angola independente de Portugal.",que a Gryphus Editora lançou no Brasil.
Os seus livros estão traduzidos para mais de vinte idiomas. Também escreveu várias peças de teatro: "Geração W", "Aquela Mulher", "Chovem amores na Rua do Matador" e "A Caixa Preta", estas duas últimas juntamente com Mia Couto.

Beneficiou de três bolsas de criação literária: a primeira, concedida pelo Centro Nacional de Cultura em 1997 para escrever « Nação crioula », a segunda em 2000, concedida pela Fundação Oriente, que lhe permitiu visitar Goa durante 3 meses e na sequência da qual escreveu « Um estranho em Goa » e a terceira em 2001, concedida pela instituição alemã Deutscher Akademischer Austauschdienst. Graças a esta bolsa viveu um ano em Berlim, e foi lá que escreveu « O Ano em que Zumbi Tomou o Rio ». No início de 2009 a convite da Fundação Holandesa para a Literatura, passou dois meses em Amsterdam na Residência para Escritores, onde acabou de escrever o romance, « Barroco tropical ».

Escreve crônicas para a revista LER. Realiza para a RDP África "A hora das Cigarras", um programa de música e textos africanos. É membro da União dos Escritores Angolanos.

Em 2006 lançou, juntamente com Conceição Lopes e Fatima Otero, a editora brasileira Língua Geral, dedicada exclusivamente a autores de língua portuguesa.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Sempre um Papo com Frei Betto Reflexões sobre o Poder

Autor de 51 livros, editados no Brasil e no exterior, Frei Betto nasceu em Belo Horizonte (MG). Estudou jornalismo, antropologia, filosofia e teologia. Frade dominicano e escritor, ganhou em 1982 o Jabuti, principal prêmio literário do Brasil, concedido pela Câmara Brasileira do Livro, por seu livro de memórias Batismo de Sangue. Em 1986, foi eleito Intelectual do Ano pelos escritores filiados à União Brasileira de Escritores, que lhe deram o prêmio Juca Pato por sua obra “Fidel e a religião”. Seu livro "A noite em que Jesus nasceu" (Editora Vozes) ganhou o prêmio de "Melhor Obra Infanto-Juvenil" de 1998, concedido pela Associação Paulista de Críticos de Arte. Em 2005, o júri da Câmara Brasileira do Livro premiou-o mais uma vez com o Jabuti, agora na categoria Crônicas e Contos, pela obra “Típicos Tipos – perfis literários” (Editora A Girafa).

Foi coordenador da ANAMPOS (Articulação Nacional de Movimentos Populares e Sindicais), participou da fundação da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e da CMP (Central de Movimentos Populares). Prestou assessoria à Pastoral Operária do ABC (São Paulo), ao Instituto Cidadania (São Paulo) e às Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). Foi também consultor do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Em 2003 e 2004 atuou como Assessor Especial do Presidente da República e coordenador de Mobilização Social do Programa Fome Zero. Desde 2007 é membro do Conselho Consultivo da Comissão Justiça e Paz de São Paulo. É sócio fundador do Programa Educação para Todos.

Prêmios por seu trabalho em favor dos Direitos Humanos.

Em 1987, recebeu o prêmio de Direitos Humanos da Fundação Bruno Kreisky, em Viena. Em outubro de 1990, ganhou o prêmio Dom Oscar Romero da Fundação Georg Fritze, concedido por Igrejas protestantes da Alemanha. Destinou-o à Comissão Pró-Central dos Movimentos Populares. Integrou, por cinco anos (1991-1996), o conselho da Fundação Sueca de Direitos Humanos. Em 1992, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) compartilhou com Frei Betto o prêmio The Right Livelihood, conhecido como Prêmio Nobel Aternativo, por sua contribuição à luta por reforma agrária e à construção do MST.

Em 20/12/1996, recebeu o Troféu Sucesso Mineiro, da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, dentro das comemorações do centenário da cidade. Na Itália, foi a primeira personalidade brasileira a receber o prêmio Paolo E. Borsellino por seu trabalho em prol dos Direitos Humanos, concedido em maio de 1998.

Também em 1998 foi homenageado pelo Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Rio de Janeiro com o Prêmio CREA/RJ de Meio Ambiente, e ganhou a Medalha Chico Mendes de Resistência, concedida pelo Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro por sua luta em prol dos direitos humanos. Prêmio Jabuti, ano 2000, pela obra coletiva Mysterium Creationes - Um olhar interdisciplinar sobre o Universo. No mesmo ano, recebeu do governo de Cuba a Medalha da Solidariedade e dos Conselhos de Psicologia do Brasil o Troféu Paulo Freire de Compromisso Social/2000.

Recebeu, em 2004, a “Ordem do Mérito Ministério Público do Distrito Federal e Territórios”. Em maio de 2005, numa iniciativa da UNESCO, Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e jornal Folha Dirigida foi eleito, por voto direto e secreto de um colégio eleitoral de 2.500 pessoas, uma das 13 “Personalidades Cidadania 2005”.

Em março de 2006 recebeu, por deliberação unânime da Diretoria Executiva do Instituto Brasileiro de Municipalismo, Cidadania e Gestão (Instituto Cidadão), a Medalha do Mérito Dom Helder Câmara em reconhecimento aos relevantes serviços prestados à Nação, na preservação e fiscalização da gestão pública moral e legal.

Em agosto de 2007 recebeu a Medalha Tiradentes, homenagem prestada pela Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro. Em outubro do mesmo ano foi agraciado com o título de Cidadão Honorário de Brasília.
Em maio de 2008, recebeu em Tarragona, na Espanha, o Prêmio Ones - Reconocimiento Internacional Foca Mediterrània, por sua trajetória e ações em prol do meio ambiente e da solidariedade internacional.