quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O Pasquim



O humor irreverente da charge política comenta e ajuda a
compreender os fatos do cotidiano
O humor no Brasil dos anos 70 marcou pela rebeldia bem humorada
ao golpe de 64. Nesse sentido, o aparecimento do gênio de
Henfiil era, na verdade, apenas o começo do fim. O prenúncio de
uma nova era em que a contestação política não teria mais a mesma
importância.
Um fenômeno como O Pasquim não ocorreria com o mesmo
ímpeto num regime de liberdades democráticas, o confronto com a
ditadura era a mola propulsora do deboche e irreverência que o semanário
ipanemense levou a todo o país.
Com a abertura política, os grandes jornais assimilaram os expoentes
da imprensa nanica e isso, indiretamente, esvaziou o humor
crítico da patota. Com Millôr na Veja, Henfil na 1stoÉ, Ziraldo no
Jornal do Brasil (JB), o Jaguar tentou por todos os meios continuar
publicando O Pasquim, contando com novos talentos, eu inclusive.
Colaboraram nessa época com o já nem tanto prestigiado hebdomadário:
Reinaldo, Hubert e Cláudio Paiva (futuros fundadores
do Planeta Diário, da TV Pirata e, mais tarde, integrantes da turma
do Casseta & Planeta) além de Nani (Hernani Diniz Luca, autor
e produtor de textos para programas humorísticos}. Mariano &
Agner. Juntos, eles editam O Pingente cujo titulo, além de ser uma
alusão aos passageiros de última classe da Central do Brasil, era
uma constatação de que, apesar de trabalharem em O Pasquim,
não eram mais parte integrante dele. O Pingente chegou a ser distribuído
e encartado dentro
de O Pasquim, mas,
por conservar ainda as
mesmas características da
nave-mãe, não soube como
se diferenciar e fechou.


Paulo Caruso, Cartunista

O Pasquim on Vimeo.

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