quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A Corporação

A Corporação é um documentário que analisa a fundo o poder das grandes empresas, das grandes corporações. O filme fala desde o nascimento desse tipo de negócio até o predomínio de suas atividades no mundo atual, refletindo desde a Revolução Industrial até as vitórias legislativas que permitiram que empresas e cientistas chegassem a patentear boa parte da vida natural.


quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Chico Mendes - Cartas da Floresta


Criado na Floresta Amazônica, sem jamais freqüentar uma escola e tendo de trabalhar desde os 9 anos como seringueiro, Francisco Alves Mendes Filho, conhecido como Chico Mendes, foi responsável pela mais eficaz militância ecológica já ocorrida no país, tornando-se símbolo mundial da luta pela preservação da Amazônia. Para evitar a devastação da floresta e conservar o modo de vida dos habitantes locais, quer fossem índios, seringueiros, ribeirinhos ou pescadores, pregava a sua organização, a negociação pacífica com os pecuaristas e a criação das reservas extrativistas: áreas protegidas para usufruto da população que vive da exploração de recursos materiais renováveis e que deve, por lei, combinar preservação ambiental e desenvolvimento econômico e tecnológico. Provocou, no entanto, a ira de fazendeiros da região, sendo assassinado, em 1988, por Darli Alves da Silva e seu filho, Darci Alves Pereira. Sua trajetória política iniciou-se quando participou do II Congresso Nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), defendendo a tese Em Defesa da Floresta. Ao final do Congresso, foi eleito suplente da diretoria nacional do órgão. No final dos anos de 1970, ajudou a fundar os primeiros sindicatos do Acre, com o apoio da Confederação dos Trabalhadores Agrícolas (Contag) e da Igreja Católica. Em 1985, organizou o I Encontro Nacional de Seringueiro, destacando-se como principal liderança da região. Nos anos seguintes, mantendo incansável luta pela preservação da floresta, recebeu o reconhecimento internacional. Foi visitado por membros da Organização das Nações Unidas (ONU) e recebeu o Prêmio Global 500, conferido a pessoas que se destacam na defesa do meio ambiente. Em 1988, meses antes de sua morte, o governo federal, por meio do Ministério da Reforma Agrária, instalou a primeira reserva extrativista na Amazônia, cuja responsabilidade de organização ficou a cargo do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri. Atualmente, existem aproximadamente 21 reservas, ocupando mais de 3 milhões de hectares da floresta. Depois de um século de trabalho semi-escravo devido à exploração da borracha, os seringueiros passaram a ser reconhecidos como uma categoria especial de trabalhadores rurais, que tanto vivem dos produtos da floresta como lutam por sua preservação.

Chico Mendes - Cartas da Floresta from Marcos Abreu on Vimeo.

Paulo Freire


Paulo era filho de Joaquim Temístocles Freire, capitão da Polícia Militar de
Pernambuco e de Edeltrudes Neves Freire: Dona Tudinha. Ela “era essa coisa eufêmica
que se chama prendas domésticas (...). Era uma bordadeira excelente!” (Freire. P. e
Guimarães, S., 1982, p. 17). Conforme depoimento de Maria Adozinda Monteiro Costa,
educadora e prima de Paulo Freire, que conviveu com a família por vários anos, Dona
Tudinha era uma pessoa boníssima, cuja conduta era pautada pela mansidão.
Paulo guardou da infância lembranças fortes que o acompanharam por toda a vida e
que relata em várias de suas obras. “Minha alfabetização”, declarou à Revista Nova
Escola, em dezembro de 1994, “não me foi nada enfadonha, porque partiu de palavras e
frases ligadas à minha experiência, escritas com gravetos no chão de terra do quintal”.
De modo ainda mais incisivo, escreveu em A importância do ato de ler (Freire, P. 1982
p.16): “Fui alfabetizado no chão do quintal de minha casa, à sombra das mangueiras,
com palavras do meu mundo, não do mundo maior dos meus pais. O chão foi o meu
quadro-negro; gravetos, o meu giz.”
Com o golpe de Estado de 1964, Paulo Freire foi preso no dia 16 de junho,
acusado de atividades subversivas. Permaneceu 70 dias detido, parte em Olinda, parte no
Recife, mas em diversas celas. Ou, como declarou a Sérgio Guimarães (1987, 66): “fui
inquilino de duas casas, mas morei em vários apartamentos”

Paulo Freire (trajetória) from padial on Vimeo.



Paulo Freire Contemporâneo - parte 2 from Marcos Abreu on Vimeo.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O Pasquim



O humor irreverente da charge política comenta e ajuda a
compreender os fatos do cotidiano
O humor no Brasil dos anos 70 marcou pela rebeldia bem humorada
ao golpe de 64. Nesse sentido, o aparecimento do gênio de
Henfiil era, na verdade, apenas o começo do fim. O prenúncio de
uma nova era em que a contestação política não teria mais a mesma
importância.
Um fenômeno como O Pasquim não ocorreria com o mesmo
ímpeto num regime de liberdades democráticas, o confronto com a
ditadura era a mola propulsora do deboche e irreverência que o semanário
ipanemense levou a todo o país.
Com a abertura política, os grandes jornais assimilaram os expoentes
da imprensa nanica e isso, indiretamente, esvaziou o humor
crítico da patota. Com Millôr na Veja, Henfil na 1stoÉ, Ziraldo no
Jornal do Brasil (JB), o Jaguar tentou por todos os meios continuar
publicando O Pasquim, contando com novos talentos, eu inclusive.
Colaboraram nessa época com o já nem tanto prestigiado hebdomadário:
Reinaldo, Hubert e Cláudio Paiva (futuros fundadores
do Planeta Diário, da TV Pirata e, mais tarde, integrantes da turma
do Casseta & Planeta) além de Nani (Hernani Diniz Luca, autor
e produtor de textos para programas humorísticos}. Mariano &
Agner. Juntos, eles editam O Pingente cujo titulo, além de ser uma
alusão aos passageiros de última classe da Central do Brasil, era
uma constatação de que, apesar de trabalharem em O Pasquim,
não eram mais parte integrante dele. O Pingente chegou a ser distribuído
e encartado dentro
de O Pasquim, mas,
por conservar ainda as
mesmas características da
nave-mãe, não soube como
se diferenciar e fechou.


Paulo Caruso, Cartunista

O Pasquim on Vimeo.

Fernando Lyra e os bastidores da redemocratização brasileira


Nascido em Caruaru (Pernambuco) em 1938, o advogado Fernando Soares Lyra iniciou sua carreira política em 1967, quando disputou e foi eleito deputado estadual para um mandato até 1971, ano em que fundou o Grupo Autêntico do então Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Esteve na Câmara quase que ininterruptamente entre 1971 e 1999:

Na Câmara dos Deputados ocupou a Primeira Secretaria, a Corregedoria e a Procuradoria Geral. Participou intensamente da abertura política coordenando, no Congresso Nacional, a candidatura de Tancredo Neves à Presidência da República, entre os anos de 1983/84. Foi ministro da Justiça do Governo Sarney por 11 meses (1985/86) e derrubou a censura.

Na Assembléia Constituinte (1987/1988), foi membro da Comissão de Sistematização. Em 1989 foi candidato a Vice-Presidente da República na chapa de Leonel Brizola. Manteve-se na Câmara dos Deputados até 1999.

Em 2003 foi nomeado presidente da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), em Pernambuco.


Reprodução autorizada mediante citação da TV Câmara

Fernando Lyra e os bastidores da redemocratização brasileira from CRISTOVAM BUARQUE on Vimeo.

domingo, 17 de outubro de 2010

Vista a minha Pele


“Vista a Minha Pele” é uma divertida paródia da realidade brasileira. Serve de material básico para discussão sobre racismo e preconceito em sala-de-aula.

Nesta história invertida, os negros são a classe dominante e os brancos foram escravizados. Os países pobres são Alemanha e Inglaterra, enquanto os países ricos são, por exemplo, África do Sul e Moçambique. Maria é uma menina branca, pobre, que estuda num colégio particular graças à bolsa-de-estudo que tem pelo fato de sua mãe ser faxineira nesta escola. A maioria de seus colegas a hostilizam, por sua cor e por sua condição social, com exceção de sua amiga Luana, filha de um diplomata que, por ter morado em países pobres, possui uma visão mais abrangente da realidade.

Maria quer ser “Miss Festa Junina” da escola, mas isso requer um esforço enorme, que vai desde a superação do padrão de beleza imposto pela mídia, onde só o negro é valorizado, à resistência de seus pais, à aversão dos colegas e à dificuldade em vender os bilhetes para seus conhecidos, em sua maioria muito pobres. Maria tem em Luana uma forte aliada e as duas vão se envolver numa série de aventuras para alcançar seus objetivos. O centro da história não é o concurso, mas a disposição de Maria em enfrentar essa situação. Ao final ela descobre que, quanto mais confia em si mesma, mais capacidade terá de convencer outros de sua chance de vencer.







segunda-feira, 20 de setembro de 2010

A POLÍTICA, A IMPRENSA E A CENSURA



Primeiro Alberto Dines, censurado e demitido do Jornal do Brasil após artigo criticando o casal "garotinho". Depois, Jorge Kajuru, tirado do ar no meio do programa e demitido da Bandeirantes, após criticar a farra dos ingressos reservados a políticos e autoridades para o jogo Brasil e Argentina, no Mineirão. Agora é a vez do cientista político Fernando Massote, cronista do jornal Estado de Minas (que se intitula "O grande jornal dos mineiros").

Fernando Massote é professor de Ciências Políticas na UFMG, e publicava suas crônicas na seção Opinião do jornal, sempre às sextas.

O fato tem a ver com os narrados acima, principalmente com a demissão de Jorge Kajuru da Bandeirantes, após criticar Aécio Neves. Começo a acreditar que não se pode discordar publicamente do governador Aécio Neves, sob o risco de sofrer pesadas retaliações. A exemplo de Kajuru e Dines, Massote também foi "censurado", pois seu último artigo intitulado "A última batalha de Brizola" não foi publicado pelo jornal como costumeiramente. Posteriormente, o professor foi "excluído" do quadro de colaboradores. Vejam o que disse o professor, publicado no site Pras Cabeças:

Crônica de uma noite anunciada

(A imprensa garroteada pelo Estado em Minas Gerais)

Os leitores que por anos me acompanharam às sextas-feiras, na página de opinião do Estado de Minas, foram tomados de surpresa no dia 2 de julho p. passado, quando o meu último artigo – "A Última Batalha de Brizola" – não foi publicado. Disseram-me que a cadeia dos Diários Associados nada queria publicar a favor de Brizola. Mas a direção do jornal não se limitou a recusar o artigo. Ela me declarou "persona non grata" depois de 23 anos de colaboração tendo, nos últimos anos, regularidade semanal e quinzenal.

O fato é que minhas relações com o Estado de Minas prosseguiam tensas – por razões políticas – desde a campanha política de 2002. O então candidato do PSDB Aécio Neves e seu staff de campanha, manifestamente, não gostavam de meus artigos. Para comprovar isto – já que nada tenho contra a pessoa do governador, que não tive ainda o prazer de conhecer pessoalmente – abro aspas para publicar trecho de uma carta do Sr. Robson Damasceno dos Reis, chefe do comitê de imprensa do candidato Aécio Neves, enviada ao EM e publicada em 19/9/02.

"... artigo (do prof. Fernando Massote) da edição de 6/9/2002, então, é um primor de propaganda explicita e ofensiva contra o candidato Aécio Neves".

JK e Tancredo não teriam, absolutamente, subscrito o envio desta carta. O artigo que o Sr. Robson, a mando de Aécio Neves, incriminou nos termos acima foi publicado no EM sob o título "Oh, Minas Gerais!". Eis o trecho que mais provocou a ira de então candidato:

"Um candidato a governador que é apresentado como ‘jovem e bonito’ na melhor linha do marketing comercial é o mais direto filho do passado (...) Na falta de qualquer militância política própria ele se sustenta, prodigiosamente, como se vê, como filho político do avô, Tancredo Neves!".

Este artigo – que não teria sido publicado pelo EM depois da posse de Aécio – repercutiu nos programas de TV durante a campanha. Mas a ojeriza do governador pelos meus artigos não é, assim, tão recente.

Na noite de 15 de maio de 1999, vendendo a casa que tinha em Nova Lima, a uma quadra da minha residência, o então presidente da Câmara dos Deputados, Aécio Neves, reuniu ali centenas de convivas para uma festa que fechou o bairro. O barulho infernal dos aparelhos de som dominou o ambiente das 20h de sábado às 9h de domingo.

Protestei, então, pelo fato, em defesa da cidadania publicando em 19/5/1999, no EM, o artigo "Viva o Barulho", em que escrevia: "Procuraremos a justiça contra o deputado, mas a sua defesa é praticamente insuperável: ele tem imunidade parlamentar que reforça a impunidade".

Em 25/9/03, reagindo à onda de repressão contra a liberdade de imprensa advinda do Palácio da Liberdade, publiquei – na A Gazeta (ES), no Correio da Cidadania, de Contagem e aqui, no Proposta – o artigo "Paixão e ambição", também censurado pelo EM, estabelecendo uma comparação entre o avô, Tancredo Neves, e o neto.

"Não cabe, portanto, comparação entre o avô e o neto já tão divididos pela distância entre seus dois mundos. A diferença começa no palanque, onde o avô se comportava como um artista e onde Aécio gosta de agir como o chefe, atento a todos os detalhes e preocupado em determinar quem deve ou não falar!... A discrepância não se limita, enfim, aos palanques. Nos últimos dias correram notícias (...) de demissão e remoção de jornalistas de órgãos da mídia. O antigo respeito pela imprensa (...) que impregnava o velho PSD liderado por Tancredo Neves parece, assim, ser considerado hoje demodée por novos políticos mais controlados pela ambição do que pela paixão".

Na mais recente entrevista do nº 9 do jornal Proposta com o presidente do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais, Aloísio Lopes, foram feitas criticas ao jornal de ser subserviente, sempre, ao governador de turno. Participei da entrevista como membro do Conselho Editorial do jornal. Foi este o álibi de que a direção do Estado de Minas se utilizou para transformar-me em objeto da sua vendetta e declarar-me "persona non grata".

Despeço-me aqui (sem poder recorrer nem mesmo à seção de cartas do EM), portanto, dos leitores do EM, depois desta dispensa abrupta, sem comunicação alguma por parte do jornal. O EM não respeita seus funcionários, seus colaboradores e seus leitores. Ele se pauta sempre pela vontade política do governador "em troca do que dele recebe".

Nesta situação, a luta pela liberdade de imprensa deve obedecer a um planejamento político consciente, crítico e amplo para defender e ampliar os espaços de cidadania de que dispomos atualmente. Não faço, com as minhas posições inarredavelmente democráticas, catarse pessoal, politicamente irresponsável e imprevidente das reações autoritárias que deverei enfrentar. Nunca cutuquei a onça com vara curta e sempre estive preparado – intelectualmente, moralmente, politicamente e materialmente – para reagir aos atos autoritários que critico.

Esta não é, no entanto, a situação da grande maioria dos jornalistas, em um mercado de trabalho sempre mais restrito e mal remunerado. Seus patrões e governos – como o de Minas Gerais – querem mantê-los sob o império do medo. Aí está toda a importância das tomadas de posição corajosas do atual presidente do Sindicado dos Jornalistas, Aloísio Lopes. A defesa dos jornalistas contra o autoritarismo das empresas e do governo Aécio Neves se confunde com os interesses do próprio desenvolvimento democrático da sociedade.


Vídeo Postado por neoique no Youtube

O PIG,OS PORCOS E O PULSO



O Pulso

Titãs
Composição: Arnaldo Antunes

O pulso ainda pulsa
O pulso ainda pulsa...

Peste bubônica
Câncer, pneumonia
Raiva, rubéola
Tuberculose e anemia
Rancor, cisticircose
Caxumba, difteria
Encefalite, faringite
Gripe e leucemia...

E o pulso ainda pulsa
E o pulso ainda pulsa

Hepatite, escarlatina
Estupidez, paralisia
Toxoplasmose, sarampo
Esquizofrenia
Úlcera, trombose
Coqueluche, hipocondria
Sífilis, ciúmes
Asma, cleptomania...

E o corpo ainda é pouco
E o corpo ainda é pouco
Assim...

Reumatismo, raquitismo
Cistite, disritmia
Hérnia, pediculose
Tétano, hipocrisia
Brucelose, febre tifóide
Arteriosclerose, miopia
Catapora, culpa, cárie
Câimba, lepra, afasia...

O pulso ainda pulsa
E o corpo ainda é pouco
Ainda pulsa
Ainda é pouco

Assim...


Vídeo postado no youtube por gmorais27

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Gonzaguinha

22/9/1945 29/4/1991

Quem viveu a década de 1980 e curtiu os sucessos de Gonzaguinha sempre tem na lembrança a alegria dos sambas-exaltação-à-vida "O que é, o que é" e "É", ou da animação pop de "Lindo lago do amor", ou ainda do lirismo conjugal de "Explode coração", "Grito de alerta" e "Ponto de interrogação". A primeira dedução é que seus primeiros discos tiveram esses três atributos. Certo? Errado. No início de sua carreira, bem no começo da década de 1970, ele em nada lembrava o magro barbado e simpático capaz de arrastar um público para a festança de músicas como "E vamos à luta". Muito pelo contrário: canções de teor áspero somados à ausência de beleza física lhe valeram de um jornalista paulista a designação jocosa de "cantor-rancor". Tanto que Gonzaguinha sequer se apresentava com o apelido no diminutivo, e sim com o nome de batismo, que deu nome ao primeiro disco, lançado em 1973 pela gravadora Odeon.

Até então, Luiz Gonzaga Júnior era razoavelmente conhecido do grande público, primeiro por causa do nome herdado do pai, o eterno Rei do Baião. O detalhe desse ponto é que os dois ainda tinham um relacionamento conturbado. Segundo, Gonzaguinha, integrante do Movimento Artístico Universitário (MAU), já tinha faturado um dos famosos festivais de MPB na televisão (em 1969 na TV Tupi, com a apocalípitica "O trem") e participava com frequência do programa "Som Livre Exportação", na Rede Globo, com seus colegas Ivan Lins, a então mulher deste, Lucinha, e Aldir Blanc (que tocava atabaque antes de ficar famoso como o letrista parceiro de João Bosco), mas ainda faltava a guinada principal.

Ele mantinha a postura anti-sucesso-fácil, o que não era de agrado por parte da gravadora. Seus discos compactos, estágio inicial da época para o lançamento de um trabalho completo, vendiam pouco. O último, extraído de "Luiz Gonzaga Jr.", era um caso pior: estava encalhado nas lojas. Foi então que a surpresa aconteceu. Chamado para se apresentar no programa de Flávio Cavalcanti (um Faustão da época, só que mais rabugento e elitizado), Gonzaguinha deixou os jurados horrorizados com o samba-protesto "Comportamento geral". Depois disso, a música começou a tocar nas rádios, dando visibilidade ao seu trabalho e fazendo com que os compactos desaparecessem das prateleiras, tamanhas foram as vendas por conta da repercussão. Mas durou pouco: a censura do regime militar proibiu a música e "convidou" o autor a explicar que história era aquela de "Você deve rezar pelo bem do patrão / E esquecer que está desempregado", conforme diz um trecho da letra.

"Comportamento geral" ("Você merece, você merece / Tudo vai bem, tudo legal / Cerveja, samba e amanhã, seu Zé / Se acabarem com seu carnaval?") ficou sendo a música mais conhecida do primeiro disco de Gonzaguinha. Das dez faixas, a única que demonstrava bom-humor era "A felicidade bate a sua porta", um hino fictício de programa radiofônico de auditório, que também obteve sucesso popular ao ser gravada mais tarde pelas inesquecíveis Frenéticas ("O trem da alegria promete, mete, mete, mete, garante / Que o riso será mais barato dora, dora, dora em diante"). O resto era marcado por um clima sombrio, começando pela capa: a foto de um boneco representando o compositor, com um rombo marcando-lhe a testa, como se tivesse levado uma pedrada. Uma imagem associada à canção "Moleque", um misto de desafio à ordem vigente com memórias de infância ("No tiro, estilingue, bodoque / O teco, o toque, o coque... Moleque, vem cá, moleque / Não, eu não vou lá / Vem me pegar, quero ver"). Era a segunda gravação seguida, pois ele já a havia registrado para a disputa do Festival de MPB da TV Record, em 1969, com um andamento musical mais acelerado.

No mais, os arranjos e letras tinham um quê de lirismo kitsch e, por que não dizer, punk. A primeira faixa, "Sempre em teu coração", começava com um inocente convite para dançar que culminava num refrão de temor diante do desconhecido da vida ("Um passo pra lá / No compasso da valsa / Da vida, do tempo... Sorrindo, chorando / Nos braços da vida / Na valsa do tempo..."), convite para bailar que se repete na balada "Romântico do Caribe" ("A quanto tempo a gente não dança / Um bom bolero à meia-luz?"), faixa na qual um belo solo de baixo elétrico se destaca. Sobram dor-de-cotovelo no bolerão "Minha amada doidivana", humor negro sensacionalista em "Página 13" (como a descrição sugere, a história cantada de um chefe de família que comete suicídio após matar a mulher e os filhos, com direito à orquestração de big-band) e carnaval depressivo em "Sim, quero ver" (na qual torce para ver "dessa vez o pierrot derrotando o arlequim), continuação da marchinha "Pierrot apaixonado".

Outro destaque fica por conta da repetição obsessiva do curioso refrão de "Palavras" ("Cantar nunca foi só de alegria / Com tempo ruim / Todo mundo também dá bom dia"), seguido pelo choro do bandolim e pela marcação do tímpano, numa canção ambígua (pode ser entendida tanto como uma música de protesto político quanto um desafio amoroso) que já mereceu registros de Nana Caymmi e Maria Bethânia.

Por fim, a incerteza no futuro que marcava "Sempre em teu coração" se repetia em "Insônia", última faixa ("Esse lençol gelado / E esse sono que não vem..."). O "cantor-rancor" só se transformaria em "moleque" a partir de 1976, com o lançamento de "Começaria tudo outra vez". No resumo de tudo, um Gonzaguinha, ou melhor, um Luiz Gonzaga Júnior que em nada recorda o intérprete de "Viver / E não ter a vergonha de ser feliz...".

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Mauro Santayana - Artigos





Mediafire
Coletânea de artigos desse excepcional Jornalista!

Biografia:

Mauro Santayana


Mauro Santayana (Minas Gerais, 1932) é um jornalista brasileiro.

Embora tenha estudado apenas até o segundo ano do antigo primário, o equivalente ao atual terceiro ano do ensino fundamental, ocupou, como jornalista, cargos destacados nos principais órgãos de imprensa brasileiros, especialmente na mídia impressa, como Folha de S. Paulo, Gazeta Mercantil e Jornal do Brasil, no qual mantém uma coluna sobre política. Também escreve regularmente para a Carta Maior e é comentarista de televisão.
Vida política:
Em 1964, ano do golpe militar no Brasil, colaborava com o embaixador Mário Palmério, no Paraguai, nas negociações para a implantação da hidrelétrica de Itaipu. Exilou-se, então, durante mais de dez anos, no Uruguai, no México, em Cuba, em Praga, na Checoslováquia. Trabalhou como jornalista e chefe das emissões em português da Rádio Havana, em 1966, e como comentarista político da Rádio Praga, entre 1968 e 1970. Em Bonn, na Alemanha, foi correspondente do Jornal do Brasil (1970 - 1973).

Integrou a Comissão de Estudos Constitucionais do Ministério da Justiça, que elaborava propostas para os constituintes.

Conselheiro e amigo de Tancredo Neves, foi o responsável pela articulação da campanha presidencial do então governador mineiro, representando-o em São Paulo.
Livros publicados:

* Conciliação e transição: as armas de Tancredo
* Dossiê da guerra do Saara
* Repórteres (obra coletiva).

sábado, 19 de junho de 2010

José Saramago,Este Mundo da Injustiça Globalizada.






Áudio da entrevista de Saramago ao Programa Roda Viva em 1997.
Link

Texto lido no encerramento do Fórum Social Mundial de 2002.

Começarei por vos contar em brevíssimas palavras um facto notável da vida camponesa ocorrido numa aldeia dos
arredores de Florença há mais de quatrocentos anos.
Permito-me pedir
toda a vossa atenção para este importante acontecimento histórico
porque, ao contrário do que é corrente, a lição moral extraível do
episódio não terá de esperar o fim do relato, saltar-vos-á ao rosto não
tarda.

Estavam os habitantes nas suas casas ou a trabalhar nos cultivos, entregue cada um aos seus afazeres e cuidados, quando de
súbito se ouviu soar o sino da igreja.
Naqueles piedosos tempos (estamos
a falar de algo sucedido no século XVI) os sinos tocavam várias vezes
ao longo do dia, e por esse lado não deveria haver motivo de estranheza,
porém aquele sino dobrava melancolicamente a finados, e isso, sim, era
surpreendente, uma vez que não constava que alguém da aldeia se
encontrasse em vias de passamento. Saíram portanto as mulheres à rua,
juntaram-se as crianças, deixaram os homens as lavouras e os mesteres, e
em pouco tempo estavam todos reunidos no adro da igreja, à espera de
que lhes dissessem a quem deveriam chorar. O sino ainda tocou por alguns
minutos mais, finalmente calou-se. Instantes depois a porta abria-se e
um camponês aparecia no limiar.

Ora, não sendo este o homem encarregado de tocar habitualmente o sino, compreende-se que os vizinhos
lhe tenham perguntado onde se encontrava o sineiro e quem era o morto.
"O sineiro não está aqui, eu é que toquei o sino", foi a resposta do
camponês. "Mas então não morreu ninguém?", tornaram os vizinhos, e o
camponês respondeu: "Ninguém que tivesse nome e figura de gente, toquei a
finados pela Justiça porque a Justiça está morta."

Que acontecera? Acontecera que o ganancioso senhor do lugar (algum conde ou
marquês sem escrúpulos) andava desde há tempos a mudar de sítio os
marcos das estremas das suas terras, metendo-os para dentro da pequena
parcela do camponês, mais e mais reduzida a cada avançada. O lesado
tinha começado por protestar e reclamar, depois implorou compaixão, e
finalmente resolveu queixar-se às autoridades e acolher-se à protecção
da justiça. Tudo sem resultado, a expoliação continuou. Então,
desesperado, decidiu anunciar urbi et orbi (uma aldeia tem o exacto tamanho do mundo
para quem sempre nela viveu) a morte da Justiça.

Talvez pensasse que o seu gesto de exaltada indignação lograria comover e pôr a
tocar todos os sinos do universo, sem diferença de raças, credos e
costumes, que todos eles, sem excepção, o acompanhariam no dobre a
finados pela morte da Justiça, e não se calariam até que ela fosse
ressuscitada. Um clamor tal, voando de casa em casa, de aldeia em
aldeia, de cidade em cidade, saltando por cima das fronteiras, lançando
pontes sonoras sobre os rios e os mares, por força haveria de acordar o
mundo adormecido... Não sei o que sucedeu depois, não sei se o braço
popular foi ajudar o camponês a repor as estremas nos seus sítios, ou se
os vizinhos, uma vez que a Justiça havia sido declarada defunta,
regressaram resignados, de cabeça baixa e alma sucumbida, à triste vida
de todos os dias. É bem certo que a História nunca nos conta tudo...

Suponho ter sido esta a única vez que, em qualquer parte do mundo, um sino, uma
campânula de bronze inerte, depois de tanto haver dobrado pela morte de
seres humanos, chorou a morte da Justiça. Nunca mais tornou a ouvir-se
aquele fúnebre dobre da aldeia de Florença, mas a Justiça continuou e
continua a morrer todos os dias. Agora mesmo, neste instante em que vos
falo, longe ou aqui ao lado, à porta da nossa casa, alguém a está
matando. De cada vez que morre, é como se afinal nunca tivesse existido
para aqueles que nela tinham confiado, para aqueles que dela esperavam o
que da Justiça todos temos o direito de esperar: justiça, simplesmente
justiça. Não a que se envolve em túnicas de teatro e nos confunde com
flores de vã retórica judicialista, não a que permitiu que lhe vendassem
os olhos e viciassem os pesos da balança, não a da espada que sempre
corta mais para um lado que para o outro, mas uma justiça pedestre, uma
justiça companheira quotidiana dos homens, uma justiça para quem o justo
seria o mais exacto e rigoroso sinónimo do ético, uma justiça que
chegasse a ser tão indispensável à felicidade do espírito como
indispensável à vida é o alimento do corpo. Uma justiça exercida pelos
tribunais, sem dúvida, sempre que a isso os determinasse a lei, mas
também, e sobretudo, uma justiça que fosse a emanação espontânea da
própria sociedade em acção, uma justiça em que se manifestasse, como um
iniludível imperativo moral, o respeito pelo direito a ser que a cada
ser humano assiste.

Mas os sinos, felizmente, não tocavam apenas para planger aqueles que morriam. Tocavam também para assinalar as horas
do dia e da noite, para chamar à festa ou à devoção dos crentes, e
houve um tempo, não tão distante assim, em que o seu toque a rebate era o
que convocava o povo para acudir às catástrofes, às cheias e aos
incêndios, aos desastres, a qualquer perigo que ameaçasse a comunidade.
Hoje, o papel social dos sinos encontra-se limitado ao cumprimento das
obrigações rituais e o gesto iluminado do camponês de Florença seria
visto como obra desatinada de um louco ou, pior ainda, como simples caso
de polícia.

Outros e diferentes são os sinos que hoje defendem e afirmam a possibilidade, enfim, da implantação no mundo daquela justiça
companheira dos homens, daquela justiça que é condição da felicidade do
espírito e até, por mais surpreendente que possa parecer-nos, condição
do próprio alimento do corpo. Houvesse essa justiça, e nem um só ser
humano mais morreria de fome ou de tantas doenças que são curáveis para
uns, mas não para outros. Houvesse essa justiça, e a existência não
seria, para mais de metade da humanidade, a condenação terrível que
objectivamente tem sido. Esses sinos novos cuja voz se vem espalhando,
cada vez mais forte, por todo o mundo são os múltiplos movimentos de
resistência e acção social que pugnam pelo estabelecimento de uma nova
justiça distributiva e comutativa que todos os seres humanos possam
chegar a reconhecer como intrinsecamente sua, uma justiça protectora da
liberdade e do direito, não de nenhuma das suas negações.

Tenho dito que para essa justiça dispomos já de um código de aplicação prática
ao alcance de qualquer compreensão, e que esse código se encontra
consignado desde há cinquenta anos na Declaração Universal dos Direitos
Humanos, aquelas trinta direitos básicos e essenciais de que hoje só
vagamente se fala, quando não sistematicamente se silencia, mais
desprezados e conspurcados nestes dias do que o foram, há quatrocentos
anos, a propriedade e a liberdade do camponês de Florença. E também
tenho dito que a Declaração Universal dos Direitos Humanos, tal qual se
encontra redigida, e sem necessidade de lhe alterar sequer uma vírgula,
poderia substituir com vantagem, no que respeita a rectidão de
princípios e clareza de objectivos, os programas de todos os partidos
políticos do orbe, nomeadamente os da denominada esquerda, anquilosados
em fórmulas caducas, alheios ou impotentes para enfrentar as realidades
brutais do mundo actual, fechando os olhos às já evidentes e temíveis
ameaças que o futuro está a preparar contra aquela dignidade racional e
sensível que imaginávamos ser a suprema aspiração dos seres humanos.

Acrescentarei que as mesmas razões que me levam a referir-me nestes termos aos
partidos políticos em geral, as aplico por igual aos sindicatos locais,
e, em consequência, ao movimento sindical internacional no seu conjunto.
De um modo consciente ou inconsciente, o dócil e burocratizado
sindicalismo que hoje nos resta é, em grande parte, responsável pelo
adormecimento social decorrente do processo de globalização económica em
curso. Não me alegra dizê-lo, mas não poderia calá-lo. E, ainda, se me
autorizam a acrescentar algo da minha lavra particular às fábulas de La
Fontaine, então direi que, se não interviermos a tempo, isto é, já, o
rato dos direitos humanos acabará por ser implacavelmente devorado pelo
gato da globalização económica.

E a democracia, esse milenário invento de uns atenienses ingénuos para quem ela significaria, nas
circunstâncias sociais e políticas específicas do tempo, e segundo a
expressão consagrada, um governo do povo, pelo povo e para o povo? Ouço
muitas vezes argumentar a pessoas sinceras, de boa fé comprovada, e a
outras que essa aparência de benignidade têm interesse em simular, que,
sendo embora uma evidência indesmentível o estado de catástrofe em que
se encontra a maior parte do planeta, será precisamente no quadro de um
sistema democrático geral que mais probabilidades teremos de chegar à
consecução plena ou ao menos satisfatória dos direitos humanos. Nada
mais certo, sob condição de que fosse efectivamente democrático o
sistema de governo e de gestão da sociedade a que actualmente vimos
chamando democracia. E não o é. É verdade que podemos votar, é verdade
que podemos, por delegação da partícula de soberania que se nos
reconhece como cidadãos eleitores e normalmente por via partidária,
escolher os nossos representantes no parlamento, é verdade, enfim, que
da relevância numérica de tais representações e das combinações
políticas que a necessidade de uma maioria vier a impor sempre resultará
um governo.

Tudo isto é verdade, mas é igualmente verdade que a possibilidade de acção democrática começa e acaba aí. O eleitor poderá
tirar do poder um governo que não lhe agrade e pôr outro no seu lugar,
mas o seu voto não teve, não tem, nem nunca terá qualquer efeito visível
sobre a única e real força que governa o mundo, e portanto o seu país e
a sua pessoa: refiro-me, obviamente, ao poder económico, em particular à
parte dele, sempre em aumento, gerida pelas empresas multinacionais de
acordo com estratégias de domínio que nada têm que ver com aquele bem
comum a que, por definição, a democracia aspira. Todos sabemos que é
assim, e contudo, por uma espécie de automatismo verbal e mental que não
nos deixa ver a nudez crua dos factos, continuamos a falar de
democracia como se se tratasse de algo vivo e actuante, quando dela
pouco mais nos resta que um conjunto de formas ritualizadas, os inócuos
passes e os gestos de uma espécie de missa laica.

E não nos apercebemos, como se para isso não bastasse ter olhos, de que os nossos
governos, esses que para o bem ou para o mal elegemos e de que somos
portanto os primeiros responsáveis, se vão tornando cada vez mais em
meros "comissários políticos" do poder económico, com a objectiva missão
de produzirem as leis que a esse poder convierem, para depois,
envolvidas no açúcares da publicidade oficial e particular interessada,
serem introduzidas no mercado social sem suscitar demasiados protestos,
salvo os certas conhecidas minorias eternamente descontentes...

Que fazer? Da literatura à ecologia, da fuga das galáxias ao efeito de
estufa, do tratamento do lixo às congestões do tráfego, tudo se discute
neste nosso mundo. Mas o sistema democrático, como se de um dado
definitivamente adquirido se tratasse, intocável por natureza até à
consumação dos séculos, esse não se discute. Ora, se não estou em erro,
se não sou incapaz de somar dois e dois, então, entre tantas outras
discussões necessárias ou indispensáveis, é urgente, antes que se nos
torne demasiado tarde, promover um debate mundial sobre a democracia e
as causas da sua decadência, sobre a intervenção dos cidadãos na vida
política e social, sobre as relações entre os Estados e o poder
económico e financeiro mundial, sobre aquilo que afirma e aquilo que
nega a democracia, sobre o direito à felicidade e a uma existência
digna, sobre as misérias e as esperanças da humanidade, ou, falando com
menos retórica, dos simples seres humanos que a compõem, um por um e
todos juntos. Não há pior engano do que o daquele que a si mesmo se
engana. E assim é que estamos vivendo.

Não tenho mais que dizer. Ou sim, apenas uma palavra para pedir um instante de silêncio. O
camponês de Florença acaba de subir uma vez mais à torre da igreja, o
sino vai tocar. Ouçamo-lo, por favor.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Dori Caymmi e Renato Braz



"Na Ribeira Deste Rio"

Agradecendo ao "fabianoduncan",que postou este vídeo no orkut.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Darcy Ribeiro No Roda Viva






Darcy Ribeiro nasceu em Minas Gerais (Montes Claros, 26 de outubro de 1922), no centro do Brasil. Formou-se em Antropologia em São Paulo (1946) e dedicou seus primeiros anos de vida profissional ao estudo dos índios do Pantanal, do Brasil Central e da Amazônia (1946/1956). Neste período fundou o Museu do Índio e estabeleceu os princípios ecológicos da criação do Parque Indígena do Xingu. Escreveu uma vasta obra etnográfica e de defesa da causa indígena. Elaborou para a UNESCO um estudo do impacto da civilização sobre os grupos indígenas brasileiros no Século XX e colaborou com a Organização Internacional do Trabalho (1954) na preparação de um manual sobre os povos aborígenes de todo o mundo.
Nos anos seguintes, dedicou-se à educação primária e superior. Criou a Universidade de Brasília, de que foi o primeiro Reitor, e foi Ministro da Educação, no Gabinete Hermes Lima. Mais tarde, foi Ministro-Chefe da Casa Civil de João Goulart e coordenava a implantação das reformas estruturais quando sucedeu o golpe militar de 64, que o lançou no exílio.
A propagação de suas idéias rompeu fronteiras. Viveu em vários países da América Latina, onde conduziu programas de reforma universitária, com base nas idéias que defende em A Universidade Necessária. Foi assessor do presidente Salvador Allende, no Chile, e de Velasco Alvarado, no Peru. Escreveu neste período os cinco volumes de seus Estudos de Antropologia da Civilização ( O Processo Civilizatório, As Américas e a Civilização, O Dilema da América Latina, Os Brasileiros: 1. Teoria do Brasil e Os Índios e a Civilização), que têm 96 edições em diversas línguas. Neles propõe uma teoria explicativa das causas do desenvolvimento desigual dos povos americanos. Recebeu ainda títulos de Doutor Honoris Causa da Sorbonne, da Universidade de Copenhague, da Universidade da República do Uruguai e da Universidade Central da Venezuela.
Retornando ao Brasil, em 1976, voltou a dedicar-se à educação e à política. Elegeu-se Vice-Governador do Estado do Rio de Janeiro (1982), foi Secretário da Cultura e Coordenador do Programa Especial de Educação, com o encargo de implantar 500 CIEPs, que são grandes escolas de turno completo para mil crianças e adolescentes. Criou, então, a Biblioteca Pública Estadual, a Casa França-Brasil, a Casa Laura Alvim, o Centro Infantil de Cultura de Ipanema e o Sambódromo, em que colocou 200 salas de aula para fazê-lo funcionar também como uma enorme escola primária.
Contava entre suas façanhas maiores haver contribuído para o tombamento de 96 quilômetros de belíssimas praias e encostas, além de mais de mil casas do Rio antigo. Colaborou na criação do Memorial da América Latina, edificado em São Paulo com projeto de Oscar Niemeyer. Gravou um disco na série mexicana Vozes da América. E mereceu títulos de Doutor Honoris Causa da Sorbonne, da Universidade de Copenhague, da Universidade da República do Uruguai, da Universidade Central da Venezuela e da Universidade de Brasília (1995).
Elegeu-se Senador da República (1991), função que exerceu defendendo vários projetos, entre eles uma lei de trânsito para proteger os pedestres contra a selvageria dos motoristas; uma lei dos transplantes que, invertendo as regras vigentes, torna possível usar órgãos dos mortos para salvar os vivos; uma lei contra o uso vicioso da cola de sapateiro que envenena e mata milhares de crianças. Elaborou e fez aprovar no Senado e enviar à Câmara dos Deputados a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB, sancionada pelo Presidente da República em 20 de dezembro de 1996 como Lei Darcy Ribeiro. Publicou pelo Senado a revista Carta', com dezesseis números (1991/1996),onde os principais problemas do Brasil e do mundo são analisados e discutidos em artigos, conferências e notícias.
Entre 1991 e 1992, como Secretário Extraordinário de Programas Especiais do Rio de Janeiro, ocupou-se de completar a rede dos CIEPs e de criar um novo padrão de ensino médio, através dos Ginásios Públicos. Planejou e fundou, em Campos dos Goytcazes, no Rio de Janeiro, a Universidade Estadual do Norte Fluminense - UENF (1994), com a ambição de ser uma Universidade do Terceiro Milênio, onde assumiu o cargo de Chanceler. Durante a Conferência Mundial do Meio Ambiente - ECO 92 - realizada no Rio de Janeiro, em 1992, implantou o Parque Floresta da Pedra Branca, numa área de 12000 hectares, para se tornar a maior floresta urbana do mundo.
Ainda no exílio, começou a escrever os romances Maíra e O Mulo e, já no Brasil, escreveu dois outros: Utopia Selvagem e Migo. Publicou Aos Trancos e Barrancos, que é um balanço crítico da história brasileira de 1900 a 1980. Publicou, também, uma coletânea de ensaios insólitos: Sobre o Óbvio e um balanço de sua vida intelectual: Testemunho. Editou, juntamente com Berta G. Ribeiro, a Suma Etnológica Brasileira. Em 1992 publicou pela Biblioteca Ayacucho, em espanhol, e pela Editora Vozes, em português, A Fundação do Brasil, um compêndio de textos históricos dos séculos XVI e XVII, comentados por Carlos Moreira e precedidos de um longo ensaio analítico sobre os primórdios do Brasil. Neste mesmo ano, foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras.
Em 1995 lançou O Povo Brasileiro, que encerra a coleção de seus Estudos de Antropologia da Civilização, além de uma compilação de seus discursos e ensaios intitulada: O Brasil como Problema. Lançou ainda, um livro para adolescentes, Noções de Coisas, com ilustrações de Ziraldo, que recebeu, em 1996, o Prêmio Malba Tahan de Melhor Livro Informativo, da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil.
Em 1996 publicou, pela Editora Companhia das Letras, seus Diários Índios, em que reproduz anotações que fez durante dois anos (1949/1951) de convívio e de estudo entre os índios Urubus-Kaapor, da Amazônia. Seu primeiro romance, Maíra, recebeu uma edição comemorativa de seus 20 anos, que traz resenhas e críticas de Antônio Candido, Alfredo Bosi, Moacir Werneck de Castro, Antônio Houaiss, Carmen Junqueira e outros especialistas em literatura e antropologia. Ainda neste ano, recebe o Prêmio Interamericano de Educação Andrés Bello, concedido pela OEA a eminentes educadores das Américas.
Darcy Ribeiro faleceu em 17 de fevereiro de 1997. No seu último ano de vida, dedicou-se especialmente a organizar a Universidade Aberta do Brasil, com cursos de educação a distância, para funcionar a partir de 1997, e a Escola Normal Superior, para a formação de professores de 1º grau. Organizou a Fundação Darcy Ribeiro, instituída por ele em janeiro de 1996, com sede própria, localizada em sua antiga residência em Copacabana, com o objetivo de manter sua obra viva e elaborar projetos nas áreas educacional e cultural. Um de seus últimos projetos lançado publicamente, foi o Projeto Caboclo, destinado ao povo da floresta amazônica.



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terça-feira, 25 de maio de 2010

Sergio Sampaio: cahorro,bandido e policia



Crédito araujo790 do youtube.

Sérgio Moraes Sampaio (Cachoeiro de Itapemirim, 13 de abril de 1947 - Rio de Janeiro, 15 de maio de 1994) foi um cantor e compositor brasileiro e, no dizer do cantor Lenine, um nome marginalizado que equipara a Tim Maia e Raul Seixas, como um dos "malditos" da música popular brasileira.
Suas composições variam por vários estilos musicais, indo dos folclóricos samba e choro, ao rock'n roll, blues e balada.

Sobre a poética de suas composições, em que se vê elementos de Kafka e Augusto dos Anjos, que lia e apreciava,[1] declarou num estudo Jorge Luiz do Nascimento: "A paisagem urbana em geral, e a carioca em particular, na poética de Sérgio Sampaio, possui a fúria modernista. Porém, o espelho futurista já é um retrovisor, e o que o presente reflete é a impossibilidade de assimilação de todos os índices e ícones da paisagem urbana contemporânea."

Paulo César Pinheiro - Dori Caymmi Evangelho



Evangelho
(Paulo César Pinheiro - Dori Caymmi)

Êta mundo que a nada se destina
Se maior se faz, mais se arruína
Se mais quer servir, mais nos domina
Se mais vidas dá, são mais os danos
Se mais deuses há, mais são profanos
Estes pobres de nós seres humanos

Êta vida, essa vida de infelizes
Quanto mais coração, mais cicatrizes
No amor é que a dor cria raízes
De dentro do bem é que o mal trama
Da felicidade cresce o drama
Dessas tristes de nós vidas humanas

Êta tempo que em pouco nos devora
O pavio da vela apagará
Quanto mais se partir tempos afora
Mais nos tempos de agora se estará
E mais tarde quando o tempo melhora
A nossa mocidade onde andará?

Êta morte que acaba tempo e vida
O mundo não conseguiu saída
É o fim mas pode ser o começo
Quem tenta fugir faz sempre o avesso
E quanto mais vidas se cultiva
Mais a morte alimenta a roda viva.

E ele nem sabia que era Sábio

Reportagem, Marcelo Abreu.

E ele nem sabia que era sábio.
A história do homem que nunca aprendeu a ler e a escrever, mas, ainda assim, lutou, há quase meio século, para que uma escola chegasse àquele fim de mundo onde vivia com a família. Salvou a vida de toda a comunidade e, sem imaginar, levou luz à escuridão.

Bom cavaleiro a vida toda, Santil Ribeiro cavalga pela redondeza. A atividade o mantém cheio de disposição, no auge dos seus 87 anos: disposição juvenil e pose de lorde.
O dono desta história nunca lerá uma linha do que será escrito sobre ele nesta página. Não entenderá esse tanto de ponto e vírgula. Não juntará nenhuma palavra. E não o fará em decorrência de nenhum problema visual. A visão dele é perfeita. Perfeitíssima até, para os anos que carrega. Este homem não lerá porque a ele nunca as letras foram apresentadas. Muito provavelmente, um dos nove filhos, ou um dos 23 netos ou até mesmo um dos seis bisnetos se encarregarão de fazê-lo. E ele escutará o que tanto se falou dele.
Este homem, a despeito do total desconhecimento das letras, salvou a vida da própria família. E a de todo o povo daquela comunidade a 70km de Brasília — tão perto e ao mesmo tempo tão distante da capital. Sem assinar o próprio nome, ele levou o saber a uma gente que, de tão humilde, era invisível. E ali, no meio daquele nada, uma escolinha chegou. A professora, que veio de muito longe, chegava montada num burro. E os alunos andavam léguas. E o homem que nunca aprendeu a ler achava que tinha realizado o maior dos feitos. Hoje, ele não apenas acha. A certeza está marejada nos olhos humildes. E assim esta história — que lembra um roteiro de um filme bom — começará a ser contada.
O dono dela é um ser de uma sabedoria única. Depois de conhecê-lo, a compreensão de vida, de determinação e de sonho se ampliam. Esta é a história de Santil Alves Ribeiro. A única, a melhor que juntou. E, mesmo que nunca tenha rascunhado uma só linha foi a mais fantástica que escreveu. Filho de pai e mãe mineiros, Santil nasceu pelejando. Da região de Unaí, os pais, agricultores pobres, migraram para terras goianas. A falta de trabalho e a fome os enxotava de tempos em tempos. Pararam num lugar chamado Saco Grande, um povoado da então pequena Formosa. Raiava o ano de 1923. Ali, o menino comprido berrou pela primeira vez ao sair da barriga da mãe miudinha. Era o mais velho. Depois dele, vieram mais quatro. E a vida seguia. De concreto, só a fé que a mãe católica carregava. Aos 15 anos, o pai do menino comprido morreu. A fome mais uma vez assustou a família. O adolescente virou homem grande da noite para o dia. Assumiu o sustento da mãe e dos irmãos. Trabalhou de sol a sol em todas as terras alheias daquela região. Cuidava da terra e criava porcos. “Minha vida virou trabalho. Fui ficando moço velho”, conta.
Um fazendeiro das terras onde ele trabalhava montou uma escola na região. Santil deu a vez aos irmãos. “Eu não podia estudar. Virei o pai da casa. Precisava trabalhar pra
sustentar todos eles.” Os irmãos de Santil aprenderam um bocadinho do alfabeto. Casaram-se. Ele, além de solteiro, nunca conheceu as letras que formavam seu nome. “Minha mãe um dia me disse que eu tinha que me casar. Se não, ia ficar velho e sozinho.” Nova vida Aos 31 anos, com as mãos calejadas da enxada, Santil se casou. Era seis de agosto de 1957. “Já era homem velho”, diz. Carmelita Guimarães, sua Lita, também não sabia as letras. Era filha de agricultores muito pobres. “Pedi emprestado pro meu patrão 600 mil réis pra comprar as coisinhas dela.” E ali, ele se casou. Não teve vestido de noiva nem festa. “Depois, trabalhei dobrado pra juntar um conto de réis e pagar a dívida.” Do Saco Grande, procurando melhores condições de vida, Santil e Lita se mudaram para Lavrinhas, ainda em terras goianas. Ali, nasceu parte dos nove filhos. Tempos depois, chegaram ao DF, na região do Capão Seco — que hoje, nessas divisões geográficas confusas, pertence ao Paranoá. E a família estava completa: Maria, Antônio, Santino, Pedro, Flávia, Dulita, Marcos, José e Ivonice. E foi ali no Capão Seco do anos 1960, em plena ditadura militar, que o homem que nunca copiou as letras começou a escrever sua melhor história. As crianças— dele e dos outros agricultores — cresciam. E não havia nenhuma escola por perto. O Exército ocupou a região. Fez sua base estratégica. Militares de outros cantos deste país continental chegaram. Vinham acompanhados de suas mulheres. A melhor casa, pelo menos a de alvenaria, era dos homens de verde. E só havia ela. O resto era barraco de tábua. Um dia, o comandante da missão que ocupava a região quis conhecer aquela gente. Mandou que Santil fosse àquela casa pintada de branco, no meio do cerradão. E lá se foi o homem, montado no seu burro. Depois de pouca conversa, o homem que não sabe ler lhe fez um pedido: “Seu comandante, aqui tem muita criança. Nenhuma sabe ler. Não dá pra montar uma escola por aqui?”. Surpreso, o homem de farda o encarou. Prometeu-lhe pensar no assunto. Renascimento Mas, dias depois, o comandante adoeceu e foi embora. Um outro, dessa vez um sargento, chegou pra ficar no lugar dele. “Moço, ele era brabo demais. Mas eu tive coragem e pedi a escola de novo. Disse assim pra ele: „Sargento, eu gosto de homem que fala na hora, gente que fala atrás da moita não me serve‟. O homem tomou fé em mim naquele momento.” Duas semanas depois, a escola, num quartinho da casa branca de alvenaria, foi inaugurada. O homem que nunca leu saiu de casa em casa, montado no seu burro, comunicando as boas-novas. E o povo se encheu de alegria. Os filhos daquela gente nunca mais ficariam sem estudar. A professora? “Era a mulher do sargento, veio lá do Rio de Janeiro”, ele conta. Primeiro, foram os três filhos maiores de Santil. “A Lita brigou demais, sô. Me dizia: „Como é que esses meninos vão estudar, se nem roupa têm‟. Eu respondia: „Faz mal, não. Veste a bermuda de algodão neles e pronto. A chinela eles dividem. O que for estudar de manhã empresta pro que for à tarde.” E assim se fez. E assim a vida seguiu.
Um dia, a escola ficou pequena demais para tanto menino. O Exército mudou para outro lugar, no Capão Seco, a 3km dali. Mais uma vez Santil juntou o povo e, juntos, construíram uma de tábua. E foi o homem que nunca soletrou o próprio nome que ensinou a professora carioca a montar no burro pra chegar ao Capão Seco. “Nossa senhora, a mulher pelejou demais pra montar, mas conseguiu...” Tempos depois, a professora foi embora. O marido foi transferido. E lá se foi o sargento. Em 1969, a Fundação Educacional assumiu a escola da zona rural. Virou Escola Classe Capão Seco — onde estudam os netos do homem que começou toda essa história. Quase meio século depois, Santil conta o começo de tudo com simplicidade comovente: “Uai, moço, o que não começa não pode ter fim. Eu acreditei, lutei pra que meus filhos não ficassem como eu, colocando o dedão em tudo que é papel.” Rezador de ladainha Na tarde da última quinta-feira, a convite do Correio, Santil, aos 87 anos, de calça jeans, camisa manga comprida, bota e chapéu de couro, voltou à escola que nasceu do seu sonho — mesmo que isso não conste de nenhuma biografia oficial. Naquele lugar simples, mas conduzido com amor pelas professoras e pela direção, as crianças o receberam como herói. aplaudiram-no. E ele se sentou, pela primeira vez, numa sala de aula. Nesse momento, a voz do homem humilde que anda como lorde engasgou. E os olhos umedeceram. “Uai, não mereço isso tudo, não.” Longe da escola, na sua terrinha de 11 hectares, ele fala do futuro. “Ah, sô, os anos já são muitos. Dizem que quem muito andou tá perto de chegar. Enquanto não chego, acordo com o cantar do galo. Aí, trato dos meus porquinhos no chiqueiro, tiro leite da vaca toda manhã, vejo meus boizinhos, como minha galinha criada no galinheiro (detalhe: toda a comida da casa é feita com banha do porco) e fumo meu fuminho enrolado na palha do milho.” Viúvo e saudoso de sua Lita há uma década, ela também, à moda dela, ajudou o marido a sonhar com as letras. “Não era justo deixar esse povo analfabeto”, ele justifica. Planos? “Agora em julho, vou dar pouso pro povo da Festa do Divino Espírito Santo”, responde o convicto devoto e rezador de ladainha. Emocionado, Marcos Guimarães Ribeiro, policial militar de 38 anos, um dos filhos do velho Santil, resume o pai: “Ele é o nosso exemplo de pureza, honestidade e humildade. Nosso herói”. Esse homem, simplesinho desse tanto, fez uma revolução num lugar improvável de que alguma coisa acontecesse. Trouxe a luz, quando ali só existia escuridão. E essa luz entrou pela retina, iluminou mentes, transformou almas e fez uma gente acreditar em sonhos. “Eu nunca pude ficar um minuto sentadinho num banco de escola”, diz, como lamento. Não foi preciso, Santil. A vida o tornou nobre e sábio. De uma sabedoria tão comovente que, talvez, nenhum banco de escola fosse capaz de lhe ensinar.

Homenagem á Pena Branca





Show gravado no Centro Cultural do Banco do Brasil em 19 de março de 2002, com Pena Branca (da dupla Pena Branca e Xavantinho) e o violeiro Chico Lobo.
A dupla dos irmãos Pena Branca e Xavantinho é considerada uma das mais importantes da música caipira brasileira, também chamada música de raiz. Quando da gravação do show em 2002, já havia falecido Xavantinho, e Pena Branca divide o palco com o violeiro Chico Lobo.

Pena Branca nasceu em Igarapava, em 1939, e viveu boa parte da vida na cidade mineira de Uberlândia. Ranulfo Ramiro da Silva, o Xavantinho, era seu irmão e nasceu em Uberlândia em 1942. Em 1958 eles começaram a cantar, apresentando-se em uma rádio de Uberlândia. Mudaram-se para São Paulo para tentar a vida artística em 1968. Com o tempo, Pena Branca e Xavantinho tornaram-se exemplos da música sertaneja caipira, considerada "de raiz", em relação à música sertaneja com influências country que se popularizou nos anos 90.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Violeiro na Estrada

Um blog para Música,Artigos,Contos,etc...