quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Paulo Freire


Paulo era filho de Joaquim Temístocles Freire, capitão da Polícia Militar de
Pernambuco e de Edeltrudes Neves Freire: Dona Tudinha. Ela “era essa coisa eufêmica
que se chama prendas domésticas (...). Era uma bordadeira excelente!” (Freire. P. e
Guimarães, S., 1982, p. 17). Conforme depoimento de Maria Adozinda Monteiro Costa,
educadora e prima de Paulo Freire, que conviveu com a família por vários anos, Dona
Tudinha era uma pessoa boníssima, cuja conduta era pautada pela mansidão.
Paulo guardou da infância lembranças fortes que o acompanharam por toda a vida e
que relata em várias de suas obras. “Minha alfabetização”, declarou à Revista Nova
Escola, em dezembro de 1994, “não me foi nada enfadonha, porque partiu de palavras e
frases ligadas à minha experiência, escritas com gravetos no chão de terra do quintal”.
De modo ainda mais incisivo, escreveu em A importância do ato de ler (Freire, P. 1982
p.16): “Fui alfabetizado no chão do quintal de minha casa, à sombra das mangueiras,
com palavras do meu mundo, não do mundo maior dos meus pais. O chão foi o meu
quadro-negro; gravetos, o meu giz.”
Com o golpe de Estado de 1964, Paulo Freire foi preso no dia 16 de junho,
acusado de atividades subversivas. Permaneceu 70 dias detido, parte em Olinda, parte no
Recife, mas em diversas celas. Ou, como declarou a Sérgio Guimarães (1987, 66): “fui
inquilino de duas casas, mas morei em vários apartamentos”

Paulo Freire (trajetória) from padial on Vimeo.



Paulo Freire Contemporâneo - parte 2 from Marcos Abreu on Vimeo.

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